sábado, 11 de dezembro de 2010

Camarada Sanhaço




Se existe um pássaro que me remete de forma instantânea ao meu tempo de garoto é esse aí de cima, que apesar de não emitir um canto melódico, pois é um escandaloso por natureza, exibe na sua algazarra uma alegria de viver.
Lembro-me que certa vez apareceu no quintal de minha casa um desses pássaros que eram atraentes não tanto pelo "canto", mas pela cor meio que azul, pois azul (apesar de eu ser "verde") sempre fora a minha cor preferida. E esse pássaro era diferente dos outros que apareciam vez ou outra naquele quintal. Não sei se era pelo fato de ser um filhote, ou porque a fome "falou" mais alto, mas o Sanhaço acabou sendo meu animal de estimação. Simplesmente ele abria o bico meio que ameaçador, "rosnando" como se fosse para o ataque, e eu colocava um pedaço de fruta que ele engolia com gosto. E ficou a lembrança, e outro dia tirei essas fotos de um deles que ainda aparecem, mesmo que em um meio totalmente urbano, e finalmente consegui "congelar" a imagem desse camarada e colocar nesse blog tudo a ver.

Trajetória Verde


Muitos, por se verem inseridos em um ciclo vicioso de estar sempre tentando galgar conquistas e terem um noção de que esse "galgar" pode se tornar a razão da própria existência, sendo uma conduta danosa, principalmente para si mesmo, provocando nessa forma de trafegar no mundo um desgaste do próprio organismo de forma precoce, acabam, em algum momento da vida voltando os olhos para as "coisas naturais". E essa visão pode ser entendida sob vários aspectos, pois vai desde caminhadas em praças, áreas verdes; passando por uma busca por uma alimentação mais saudável em que no prato os vegetais ganham destaque; o desenvolvimento de uma espiritualidade vinda do oriente, como a observada na filosofia budista; e um estilo de vida que é observado como forma de ser um caminho alternativo para fazer frente ao estilo anterior, ou pelo menos haver uma melhor convivência no estilo anterior de vida, onde o resultado final seria a tão falada qualidade de vida.

Acho válido e compreendo que muitos só procuram "olhar para o horizonte" quando, geralmente, o barco está querendo afundar no sentido de que o organismo possa dar algum sinal de desgaste ante os estresses habituais. Então há, por parte de muitos seres urbanos, essa nítida procura em algum momento de suas vidas, e isso acontece de forma genérica, em todas as classes sociais.

E a minha reflexão recai na observação de que é necessário a esses seres, ou a muitos desses seres urbanos passar por etapas que estão mais à mão, pois os que possuem uma maior gama de informação geralmente passam por essas etapas. E creio que conhecer a si mesmo começa por saber que realmente "somos o que comemos", que os alimentos têm sim, um importante papel na manutenção e "aspecto final" dos nossos organismos.

Passada a etapa do conhecimento da importância de haver uma observação quanto ao que ingerimos, há, ou deveria haver, uma abertura maior para o que as plantas nos fornecem, pois além de nos nutrir direta ou indiretamente, pode-se ter a visão abstrata que as mesmas fornecem, e por essa "visão abstrata" entendam como a possibilidade de vislumbrar o Além.

Religiões orientais têm, em sua maioria, o seu alicerce montado a partir dessa visão, e aqui vejo a necessidade de se passar por etapas de contemplação, ou de percepção, até porque essas religiões, mesmo sendo caminhos alternativos, têm a sua razão de ser e podem fornecer os elementos espirituais necessários para a observação do Todo.

Mas aí pode-se passar por mais essa etapa de contemplação de observar religiões tidas como exóticas, pois são oriundas de outras culturas, e finalmente começar a observar a religião da nossa cultura ocidental, que mesmo proveniente do Oriente fora construída e levada adiante devido a uma Intervenção Direta do Criador, sendo mesmo um dos alicerces do nosso mundo ocidental.

Resumo da ópera: seja "verde", mas que o verde não se torne a cor única da vida, apenas uma cor como qualquer outra, que mesmo sendo especial não pode, enquanto criação, fazer frente ao Criador, ou substituir o Criador.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

O Bonsai Seria Ético?


No que pese o meu respeito à cultura oriental (já que o bonsai faz parte da cultura japonesa e chinesa) e mesmo sendo um admirador de tais culturas, vou apenas discorrer sobre uma questão que depois de entender direito sobre as técnicas utilizadas para a obtenção de um bonsai é que me dei conta que uma intervenção em um planta para a mesma propiciar um resultado bonito aos olhos pode ser algo antinatural ao extremo.
Houve um tempo em que devido ao meu interesse pelo mundo das abelhas sem-ferrão, esse interesse me levou a ver as plantas com outros olhos. E o bonsai fatalmente entraria no rol das plantas cultiváveis e acessíveis para tais abelhas. E ainda tentei cultivar uns bonsais desde uma muda de planta, geralmente frutífera, para treinar a tão conhecida paciência oriental e ter ao alcance dos olhos uma parte da natureza que poderia até mesmo ficar no interior de casa. Essas tentativas não lograram êxito, pois as mudas sempre morriam. Talvez por falta de um adubo, ou por não conseguir fazer o corte das raízes no momento certo.
Tirando qualquer imbróglio numa vertente mais ligada à espiritualidade que mais tarde também pesaria na questão, abandonei a ideia de sequer adquirir um bonsai "adulto" por considerar que os meios empregados para cultivá-los poderiam ser totalmente tomados como uma forma de tortura, pois arames são empregados como meio de contenção do crescimento do tronco e dos caules.
Mesmo assim, ler um pouco sobre os bonsais nos traz um tipo de conhecimento que era uma das razões para o desenvolvimento e manutenção dos mesmos. Há uma lenda dando conta que a origem dos bonsais deveu-se à observação de pequenas árvores que se encontravam nos cumes das montanhas e devido à ação dos fortes ventos aliado a um solo pedregoso e difícil para desenvolver raízes, já que os altos cumes das montranhas geralmente apresentam esse tipo de relevo, essas pequenas e belas plantas seriam consideradas como um exemplo de beleza e por isso dignas de serem replantadas em bandejas e usadas como um objeto a ser contemplado.
A foto acima foi feita a partir de meu aparelho celular que não possui uma resolução muito boa em uma feira de plantas ornamentais que sem querer me deparei.