sábado, 12 de fevereiro de 2011

O Jardim



As fotos acima foram feitas em dois momentos diferentes, em dois locais distantes um do outro, e apenas servem para figurar uma reflexão sobre a necessidade, ou a oportunidade conferida àqueles que de repente olham para o jardim - um local que a princípio seria apenas um acessório da residência -, e encontram um paraíso escondido. Coisas fantásticas acontecem nos jardins.
Conheço pessoas que descobriram no jardim - ou no quintal -, paraísos escondidos que de alguma maneira proporcionaram e ainda proporcionam momentos ímpares em termos contemplativos. E essa minha observação foi construída através de uma convivência direta - e na maioria da vezes indireta -, com algumas dessas pessoas que me inspiraram a escrever o meu último livro, que nasceu dessa minha observação agregada a experiências mais diretas em termos de espiritualidade.
E uma dessas inspirações vem de longe no tempo. Lembro que li um livro sobre a abelha Jataí de um autor que se propôs a escrever sobre a mesma, e da leitura agradável e abrangente em termos de meliponicultura guardei um momento em que o autor relatava que seu interesse pelas abelhas nasceu de forma espontânea; quando em um belo dia se deu conta que uma colônia havia se instalado em um cogumelo ornamental feito de alvenaria, no qual a entrada das abelhas se deu através do furo destinado ao fio elétrico responsável pela iluminação da peça ornamental. A partir daí as suas atenções se voltaram para aquele povo alado e nasceu, de pronto, mais um meliponicultor ativo e atuante.
A descoberta dessa visão micro nos faria transportar para um outro mundo diferente, com leis próprias, naturais, seguindo um ritmo certo, sem sobressaltos. E pode até haver um "transporte" literal, onde a inspiração de determinado estilo de vida ofertada por seres sociais que seguem certa ordem organizada - aos olhos humanos -, influenciariam sobremaneira na nossa visão de mundo, onde do micro teríamos a abertura para o Macro.
O interessante nessa reflexão não é a meliponicultura, ou as abelhas e seu modo de vida, mas a constatação de que ao homem é dado o mecanismo da razão que regaria a contemplação, acontecendo um "transporte" e a conquista de uma saída, que no caso seria a constatação da vida acontecendo em uma escala diminuta, em um pequeno espaço, servindo de ancoradouro, ou zona de conforto. Daí que, como pretensa conclusão temos que todos têm a sua chamada "zona de conforto", mesmo que não reconhecida como tal. E o reconhecimento da existência das chamadas "zonas de conforto" promovem a capacidade - através desse reconhecimento -, de que estamos ou estaríamos em uma delas. Daí que consegue-se - através desse reconhecimento -, uma facilidade maior para nos transportarmos de uma zona de conforto para outra até que finalmente possamos chegar naquela que preencha essa necessidade humana de seguir determinados parâmetros como guias a mostrarem uma conduta que satisfaça a conquista das necessidades, básicas, ou não. E creio que depois de certa idade as conquistas acabam, de um jeito ou de outro, saindo do âmbito material para o âmbito espiritual. E nesse caso os jardins se prestam muito bem a isso em um primeiro momento, tendo um papel coadjuvante no enriquecimento espiritual.

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